A nova ordem administrativa
Olisipo | Ebora | Myrtilis
Setembro 07, 2020
Uma das principais realizações da administração romana em solo hispânico -após as guerras- foi a implementação de um novo modelo de sociedade, onde os centros urbanos se constituíam pólos do governo regional, hierarquizados e submetidos a um poder amplo. As divisões administrativas da Hispânia Romana estabeleceram-se no período imperial.
Arco romano da Bombadela, Oliveira do Hospital. A presença romana no atual território português deixou marcas perenes na paisagem.
Ilustração do que seria a cidade de Olisipo. Atribuído o estatuto de município romano, com o epíteto de «Felicitas Iulia». Olisipo, implantada no morro do castelo da atual cidade de Lisboa, era um aglomerado índigena, provavelmente já de funções urbanas, que foi utilizado como ponto de apoio à campanha militar de Décio Júnio Bruto em 135 a.C.
A cidade de Olisipo possuía um teatro (Teatro Felicitas Iulia Olisipo). Não se sabe ao certo o ano da sua construção, mas há uma inscrição datado do reinado de Nero (54-68 d.C.) que refere algumas obras de melhoramento.
Nesta ilustração dá para ver que era um lugar aprazível, com a existência de fontes termais no seu subsolo e da proximidade do rio, dispunha de um aqueduto que trazia a água da zona de Belas até à cidade.
O templo romano de Évora parece ter sido construído nos finais do século I ou inícios do II d.C. Sem dúvida um dos mais conhecidos monumentos romanos do atual território português. Esta construção deveria dominar o centro monumental (fórum) da cidade de Liberalitas Iulia Ebora e provávelmente seria consagrado ao culto do Imperador divinizado. A falsa tradição que atribuíu ao culto de Diana foi forjada no século XVI, quando se pretendeu que Sertório teria tido a sua capiral nesta localidade.
O templo estava enquadrado, em três dos lados, por tanques, que produziriam o efeito de espelho de água, numa das extremidades da grande praça do fórum.
Sob a atual vila de Mértola jaz a antiga cidade de Myrtilis. Terá sido um dos grandes centros urbanos da época da conquista romana. A sua importância parece residir no facto de ser o porto de escoamento da riqueza mineira alentejana.
A fotografia de António Cunha no museu nacional de arqueologia e na casa romana do museu de Mértola, mostra o acervo escultórico sobrevivente proveniente de Mértola incluía três togados sem cabeça e dois bustos – de Augusto e talvez de Cibele ou Fortuna.